sábado, 31 de março de 2012

O arquiteto não vai parar, mas várias outras escolas pararão

29/03/2012 - 20h31

Professores da rede municipal decidem entrar em greve na segunda

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DE SÃO PAULO
Os professores da rede municipal de ensino aprovaram em assembleia realizada na quarta-feira (28) que vão entrar em greve a partir de segunda-feira (2). O movimento é do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo).
Entre os itens discutidos pela categoria com a Prefeitura de São Paulo estão: a regulamentação da aposentadoria especial do magistério para os readaptados, regulamentação da Gratificação por Local de Trabalho, transformação do agente de apoio em agente escolar, criação do cargo de assistente de direção para os CEIs (Centro de Educação Infantil) e redução da jornada de trabalho para o quadro de apoio sem redução de salários.
Os professores também protestam contra a a decisão da Justiça de manter as creches e pré-escolas abertas durante as férias de janeiro.
A Secretaria Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão informou que mantém negociação com todas as classes de servidores e que não vai se manifestar sobre a ameaça de greve dos professores porque ainda não foi informada oficialmente.

Diminui parcela da população que lê ao menos 1 livro a cada 3 meses

28/03/2012 - 15h41

País tem menos leitores do que em 2007, diz pesquisa

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NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA
O número de brasileiros que leu pelo menos um livro nos últimos três meses diminuiu em comparação com 2007. É o que aponta a 3ª edição da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", feita pelo Ibope Inteligência em conjunto com o IPL (Instituto Pró-Livro).
O estudo, realizado entre junho e julho de 2011, classifica de "leitores" aqueles que responderam ter lido pelo menos um livro, inteiro ou em partes, nos três meses anteriores à pesquisa.
Em 2007, eles eram 55% da população (ou 95,6 milhões de pessoas). No resultado apresentado na tarde desta quarta-feira, o índice diminui para 50% da população (88,2 milhões de pessoas).
Em todas as regiões houve redução desse índice, menos no Nordeste. O resultado, segundo avaliação do instituto, pode ser explicado pelo grande o número de pessoas estudando atualmente na região, sobretudo na faixa etária na qual a leitura é mais frequente (dos 5 aos 17 anos).
Para a presidente do IPL, Karine Pansa, o menor número de leitores não é necessariamente negativo. "Aprofundando a análise dos resultados, percebemos indicadores que mostram uma melhor qualidade nessa leitura, com um crescimento do número de pessoas que afirmaram ler mais hoje do que em relação à última pesquisa".
Em 2007, 40% dos entrevistados disseram que liam mais do que no ano anterior, contra 46% que disse ler menos. Em 2011, esses números foram 49% e 28%.
Editoria de Arte/Folhapress

LIVROS POR ANO
O número de livros lidos pelos brasileiros por ano também caiu - de 4,7 por pessoa em 2007 para 4 na pesquisa referente a 2011. Esse número inclui os livros indicados pela escola. Pansa atribuiu a variação a aperfeiçoamentos na metodologia da pesquisa, "como a inversão de perguntas e o acréscimo de outras".
A cerimônia de apresentação dos resultados contou com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda. O ministério incluiu em suas metas do Plano Nacional de Cultura o objetivo de que os brasileiros leiam quatro livros por ano fora do aprendizado formal (ou seja, excluídos aqueles indicados pela escola).
A ministra afirmou, durante o discurso, estar feliz com os resultados da pesquisa. Posteriormente, porém, ela disse que só poderia fazer uma avaliação dos índices após ter acesso ao conteúdo integral do estudo. Ela afirmou ainda que o ministério está investindo na formação de novos leitores.
A pesquisa foi feita com 5.012 pessoas de 315 municípios, com margem de erro de 1,4%.
PREFERÊNCIAS
As revistas estão em primeiro lugar na preferência dos leitores (53%), seguida pelos jornais (48%) e pelos livros, indicados ou não pela escola (47%). Em 2007, os livros não indicados pela escola superavam os indicados (50% contra 34%).
Perguntados sobre o gênero que preferem, os leitores continuam a mencionar a bíblia em primeiro (42%), seguida pelos livros didáticos, romances e livros religiosos.
Os três escritores brasileiros mais admirados são Monteiro Lobato, Machado de Assis e Paulo Coelho. De 2007 para cá, deixaram de estar entre os 25 mais citados os escritores Ruth Rocha, Edir Macedo, Castro Alves, Raquel de Queiroz e Luis Fernando Veríssimo.
Esse ano, a pesquisa incluiu pela primeira vez questões a respeito dos livros digitais ("e-books"). Como reportagem da Folha antecipou hoje, cerca de 5% dos entrevistados afirmaram já ter lido ao menos uma vez na vida um livro em formato eletrônico.

Reforço escolar

29/03/2012 - 08h56

Governo de SP agora diz que escola vai definir se terá reforço

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FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
Cinco dias após o governo de São Paulo dar informações desencontradas sobre o reforço escolar neste ano, a Secretaria da Educação disse ontem que a recuperação fora do horário regular está mantida, mas só nas escolas que pedirem.
Os colégios estaduais interessados terão de comprovar que possuem salas de aulas e professores disponíveis. A secretaria diz querer evitar a formação de turmas com baixa presença de alunos.
A pasta, porém, disse não saber quantas escolas possuem tais condições. Uma das dificuldades para o reforço extra é o deficit de professores. O governo já até autorizou a convocação de educadores reprovados em um exame.
As novas informações foram passadas ontem pelo secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, em evento na sede do governo.
A secretaria havia informado à Folha, na semana passada, que não haveria mais a recuperação no contraturno, prevista desde 1997, em que o aluno da manhã, por exemplo, recebe reforço à tarde.
Esse reforço seria substituído pela presença de um segundo professor em parte das turmas, responsável por ajudar os alunos com dificuldades durante as aulas. Também seriam criadas turmas menores em algumas séries do fundamental --o reforço seria dado também no horário normal de aulas.
Mas, após a Folha noticiar a mudança, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que houvesse extinguido o reforço no contraturno e afirmou que o secretário da Educação detalharia o modelo --o que ocorreu apenas ontem.
O secretário negou que tenha alterado a proposta após a afirmação do governador.
Segundo ele, o modelo é o mesmo de janeiro. O que pode ter causado confusão na rede, diz, é que os docentes não definiram as aulas de reforço no começo do ano, como tradicionalmente ocorria.
Voorwald disse que, antes, "tinha turma montada, sem aluno, com professor ganhando", e que as classes de reforço serão montadas após avaliação dos alunos, neste mês.
Editoria de Arte/Folhapress

Mecanismo de aprendizado

Pesquisadores identificam mecanismo que melhora o aprendizado

De acordo com estudo, proteína FGL deixa comunicação entre os neurônios mais plástica

EFE 05/03/2012 14:30
Texto:
Foto: Getty ImagesAmpliar
Proteína é capaz de induzir a incorporação de novos receptores na comunicação entre neurônios
Pesquisadores espanhóis identificaram um mecanismo molecular que após manipulado aumentou a capacidade de aprender e reter informação em ratos de laboratório.
O estudo, realizado por pesquisadores do Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa, acaba de ser publicado na "PLoS Biology" e foi destaque na "Nature".
Os neurônios se comunicam entre si através da sinapse, uma complexa troca de informações que envolve vários processos químicos e elétricos.
A sinapse nem sempre é igual, já que algumas conexões sinápticas sofrem modificações como consequência de uma atividade ou experiência prévia vivida pelos neurônios, um fenômeno conhecido como "plasticidade sináptica" e considerado o substrato celular da aprendizagem e da memória do ser humano.

Leia mais:
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Esta pesquisa apresenta novos dados sobre os mecanismos moleculares deste processo e como podem ser manipulados para facilitar a memória.
No estudo, os autores demonstram que as sinapses podem ser feitas de forma mais plástica usando um pequeno fragmento de uma proteína (peptídio) que está envolvida na comunicação celular.
Concretamente, este peptídio (FGL, em sua abreviatura) é capaz de induzir a incorporação de novos receptores de neurotransmissores nas sinapses do hipocampo, região do cérebro envolvida na aprendizagem e na memória.
Assim, quando os pesquisadores administraram a FGL em ratos de laboratório, observaram que sua capacidade de aprender e reter informação espacial aumentava.
O pesquisador José A. Esteban, do centro Severo Ochoa, explica que "há aproximadamente três décadas sabemos que as conexões sinápticas entre neurônios não são estáticas, mas respondem à atividade neuronal modificando sua intensidade".
"Assim - ele continua -, estímulos do exterior podem fazer com que algumas sinapses se potencializem, enquanto outras se debilitam; um código de baixas e altas de intensidade que permitem ao cérebro armazenar informação e formar memórias durante a aprendizagem".
O trabalho revela portanto os mecanismos de plasticidade sináptica que podem ser manipulados farmacologicamente para aumentar a capacidade cognitiva, pelo menos em animais de laboratório.
A também pesquisadora do Severo Ochoa Shira Knafo destaca que este tipo de estudo representa uma orientação sobre "possíveis vias de intervenção terapêutica para doenças mentais nas quais estes mecanismos são defeituosos".

Filósofo

Luiz Felipe Pondé: "Homens e mulheres não são iguais"

Uma conversa rápida com o polêmico filósofo sobre mulheres, homens, filhos e envelhecimento

Redação iG São Paulo 30/03/2012 07:25
Texto:
O filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé costuma despertar reações extremadas - sobretudo entre mulheres -- em função dos pontos de vista considerados por muitos conservadores e, eventualmente, pessimistas. Recifense, de origem judaica, atualmente é professor de Ciências da Religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e de Filosofia, na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). 
Num bate-papo rápido, ele falou ao iG o que pensa sobre mulheres, homens, machismo, envelhecimento, filhos e conquistas. Confira agora.
Foto: Flávia WatanabeAmpliar
O filósofo Luiz Felipe Pondé sustenta opiniões polêmicas sobre mulheres
iG: O que falta às mulheres? 
Pondé: As mulheres devem sempre buscar igualdade diante de um tribunal da lei e de salários. Mas homens e mulheres não são iguais. O tema da igualdade, fora desse contexto jurídico e trabalhista, é um enorme erro e coisa de mulher infeliz, que só conhece homens ruins. Pena que as mulheres mais felizes não têm tempo para escrever sobre a relação delas com os homens.
iG: Machismo é...
Pondé: Só entendo o machismo no que se refere a homens que espancam mulheres.
iG: O que é fundamental ensinar para os nossos filhos homens?
Pondé: Que eles não precisam ser mulheres para serem do bem e que não precisam ter medo das mulheres só porque começam a perceber que gostam delas e, por isso, como todo mundo, seja homem ou mulher, temem aquilo que mais desejam...
iG: E para nossas filhas?
Pondé: É claro que devemos ensinar as meninas a buscarem independência econômica e financeira, mas também precisamos dizer a elas que mulheres que gostam de homens são uma benção para os homens. É essencial ensinar meninos e meninas que homens e mulheres são "feitos" um para o outro e que não devemos pensar em "nós" e "elas" ou “nós” e "eles", mas sim lembrar da delicia que é quando estamos juntos nos desejando mutuamente, ainda que de forma apenas platônica. Para mim, o mundo profissional melhorou muito depois que as mulheres entraram nele. Essa, aliás, é minha principal razão de defender a emancipação feminina: egoísmo sexual. Uma reunião de business sem mulheres é um deserto...
iG: O que dizer para uma mulher que acabou de casar?
Pondé: Boa sorte e cuidado. Não esqueça que a partir de agora tem um ser diferente de você vivendo com você e não adianta querer que ele seja como você porque ele jamais será. Sim, não seja pudica e goste de sexo.
iG: O que define uma bela mulher? 
Pondé: Isso é como pedir a definição de Deus. Uma bela mulher consome a realidade à sua volta com suas pernas, seus seios, cabelos e gestos (a brecha por onde aparece a alma invisível). Respira-se melhor quando há uma bela mulher por perto!
iG: Quem está envelhecendo bem?
Pondé: A rigor, ninguém. O envelhecimento não é para covardes. E quanto mais as pessoas querem ser jovens quando não mais o são, pior fica. Jogue fora cremes de pele, maquiagem, viagra. Para envelhecer bem você precisa aprender a detestar baladas e não bancar o ridículo (ou a ridícula) mandando para o mundo mensagens relacionadas com hábitos que há muito você não tem mais.