terça-feira, 19 de abril de 2011

Série - Idiomas

Estudar mandarim ou russo requer estratégia especial

Segundo especialistas, o melhor é primeiro fazer um curso no Brasil para depois se aperfeiçoar no exterior


O crescimento econômico dos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) tem ampliado as relações entre empresas dessas nações – como comprova a viagem da presidenta Dilma Roussef à China, na semana passada. Com isso, o aprendizado dos idiomas dos países que fazem parte do grupo se tornou uma preocupação para muitos profissionais. Línguas como o mandarim e o russo não são tão simples de aprender em pouco tempo. E, de acordo com especialistas ouvidos pelo iG Carreiras, a “solução rápida” de um curso de imersão no exterior nesses casos pode não ser a melhor saída para os iniciantes do idioma. É preciso que o profissional invista antes em cursos no Brasil para só então pensar em aperfeiçoar-se fora.
Segundo Lilian Simões, diretora da Essential Idiomas – consultoria brasileira especializada em idiomas para executivos –, independentemente do idioma, é importante alcançar certo nível de aprendizado antes de pensar em realizar um curso no exterior. “A viagem deve ser apenas para pegar a fluência.” Além disso, em casos de idiomas menos falados pelos estrangeiros, como o mandarim e o russo, a diretora lembra que no exterior dificilmente a pessoa ficará 100% exposta à língua. “Se ela está na China, por exemplo, quando sair com os colegas, provavelmente falarão em inglês.”

Foto: Bruno Gerbasi / Fotomontagem iG
Crescimento econômico da China e da Rússia tem atraído profissionais
Quando a pessoa sai do seu país, é exposta a uma gama imensa de palavras e estruturas gramaticais, mas a assimilação desse conteúdo depende do conhecimento prévio. Se tiver pouco ou nenhum conhecimento, destaca Lilian, a pessoa possivelmente conseguirá aprender apenas regras básicas de presente, passado e futuro. “Corre o risco de sair do país com um nível básico ou nenhum”, acredita. “No entanto, se o profissional vai viajar com um nível intermediário, ele pode voltar com estruturas do idioma mais consolidadas e um vocabulário mais maduro.”
Se o profissional tem a necessidade de iniciar um idioma como o mandarim e o russo, é melhor que ele comece com um curso no Brasil. “Ele não tem tempo para errar. Não pode ficar meses ou até um ano fora do país para aprender uma língua. Por isso, se ele vai já sabendo alguma coisa, a viagem servirá apenas para aperfeiçoar”, afirma Selma Fredo, consultora da DBM – empresa de gestão empresarial.
Para Marcell Mazzo, sócio-diretor da Escola Mandarim, o ideal é que o profissional faça um curso antes de viajar. “O mandarim é um idioma mais complicado, principalmente a escrita. Aqui, ele irá aprender de uma forma ‘abrasileirada’.”
“O mandarim é a única língua tonal, na qual dependendo da entonação de um som, você muda a palavra. Só para entender isso em uma primeira aula já é complicado. Entender isso na China fica muito mais difícil”, avalia Mazzo.
Importância da vivência
A vivência em outro país, por outro lado, é muito importante para fixar o idioma. “Cada situação que você precise da língua, fará com que você se esforce pela necessidade. Dificilmente, a pessoa esquece depois”, ressalta Carolina Perecini, diretora da Aliança Russa.
Na Rússia, por exemplo, a maioria das pessoas fala inglês. Por isso, segundo Carolina, é possível estudar lá mesmo sem noções prévias do idioma. “Se o profissional tem tempo, vale a pena viajar e vivenciar a cultura do país. Ajuda a fixar melhor o idioma, a partir das suas necessidades. Quando você estuda aqui, aprende aos poucos, conforme as aulas e não com o que você realmente precisa.”
Curso X Viagem
O advogado Lucas Augusto Lasota, de 24 anos, decidiu estudar russo quando soube que poderia cursar uma pós-graduação em Moscou. “Estava aplicando em diversos países, entre eles a Polônia e Alemanha, pois meu avô paterno é polonês.”
Ele conta que todos que chegam para estudar na Rússia devem fazer um curso preparatório do idioma. “Pode variar de oito meses a dois anos.” No seu caso, como já havia estudado no Brasil na Cultura Eslava por um ano, precisou de apenas oito meses.
No entanto, segundo Lasota, a maioria dos estrangeiros na Rússia foi sem saber nada e conseguiu se adaptar depois de um ano. “Apesar de as aulas serem ministradas em russo, os professores falam inglês e espanhol. Isso facilita muito.”

Especial: Idiomas

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