sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Esperando por superman



Trailer do filme, waiting for superman. Um filme que mostra a catástrofe do sistema "Instrucional" americano. Essa derrota deles é muito parecida com a derrota desse sistema fálico, digo, falho instrucional brasileiro.

Finalmente encontrei uma descrição melhor desse filme.
Seja o que a "força positiva que controla o universo" quiser.


A LOTERIA DO ENSINO PÚBLICO

Professores que não ensinam e sorteios para entrar numa escola decente. O novo documentário do diretor de Uma verdade inconveniente expõe o desastre da educação americana ? e traz lições também para o Brasil

Anthony estuda em uma das piores escolas públicas do país. Ele se esforça. É um dos melhores alunos de sua turma, de 5o ano. Nem sempre foi assim. Anthony nunca conheceu a mãe, e seu pai era viciado em drogas. Até o 2º ano, que repetiu, não tinha nenhum interesse pela escola. Com o incentivo e a ajuda dos avós, Anthony passou a estudar e agora sonha em ir para a faculdade. “Para que meus filhos tenham melhor educação do que eu”, diz. É um sonho difícil de realizar. Seu sucesso está ameaçado não só pela qualidade da escola que frequenta, como também pela vizinhança onde mora – violenta e dominada pelo tráfico de drogas.

BINGO

Famílias pobres dos Estados Unidos em sorteio de vagas para escolas de alto desempenho. Futuro decidido na sorte
Essa é a realidade de vários estudantes das grandes capitais do Brasil. Mas Anthony mora em Washington, nos Estados Unidos, o país mais rico do mundo. Sua trajetória é contada em Waiting for “Superman”, o novo documentário de Davis Guggenheim, o mesmo diretor de Uma verdade inconveniente, que levou o Oscar em 2007 (e chamou a atenção de quem ainda não acreditava no aquecimento global). O filme estreou na semana passada nos Estados Unidos e promete causar burburinho ainda maior que seu trabalho anterior. A questão da educação é encarada como um dos maiores problemas do país – e guarda uma surpreendente semelhança com o ensino público no Brasil.

O filme conta a história de Anthony e mais quatro crianças, a maioria de mesma origem pobre e todas com os mesmos ideais de boa educação, que tentam uma vaga para estudar nas escolas charter, escolas públicas que têm algumas regras diferenciadas e costumam ter melhor desempenho que a média do ensino público. É uma loteria. Literalmente. Pais e filhos torcem para que a bola colorida que sai de uma esfera aramada, numa cerimônia anual, tenha o mesmo número que o papel que lhes foi entregue. Em algumas charter, a chance de conseguir uma vaga é de menos de 5%. O suspense do sorteio é guardado para o final do filme. Não dá para sair do cinema sem ser afetado pelas expressões de esperança e desapontamento nas centenas de crianças.

Enquanto os alunos esperam para definir seus destinos, Guggenheim discorre sobre o que chamou de “as idiotices dos adultos”: as falhas do ensino público americano que, mesmo gastando por aluno mais dinheiro que qualquer outro país do mundo, não consegue ficar à frente de outros países ricos em rankings internacionais de matemática, leitura e ciências. Desde a década de 70, as médias dos americanos do ensino básico mal saíram do lugar. Guggenheim entrou nas salas de aula para descobrir por que os alunos não estão aprendendo. Viu professores que, em vez de dar aula, leem jornal. Aí estava a resposta. Professores ruins, mal formados e mal treinados reinam nas escolas, protegidos pelo poder dos sindicatos – mais preocupados em garantir privilégios trabalhistas, como estabilidade de emprego e promoção por tempo de serviço.

Do lado dos “mocinhos” do filme estão os “reformadores”, educadores e gestores públicos que tentam driblar a rigidez dos sindicatos. Em uma das entrevistas que concedeu para a imprensa americana, Guggenheim – que é sindicalizado – afirmou que “não dá mais para os sindicatos protegerem os maus professores. Está na hora de ajudar os bons”.

Os problemas e as soluções mostrados por Guggenheim são em grande medida também brasileiros. Nos Estados Unidos, como no Brasil, há escolas inseridas em comunidades pobres, onde alunos e suas famílias estão expostos a violência, crimes, carências nutritivas, afetivas e culturais. Há um abismo que separa os que podem dos que não podem pagar por uma educação privada. Nos Estados Unidos, 90% dos alunos do ensino básico estão em escolas públicas. Aqui, são 86%.

E lá, como aqui – e no resto do planeta –, está-se chegando ao consenso de que a questão central da qualidade do ensino é a eficiência do professor. Assim como os Estados Unidos, o Brasil não tem políticas públicas fortes de “valorização da carreira de professor”, jargão exaustivamente repetido em greves de docentes que pedem aumento de salário. Salário é, sim, importante (no Brasil, um professor pode ganhar até 60% menos que um profissional de outra área com a mesma escolaridade), mas não o suficiente para dar o prestígio que a carreira tem de ter. “É preciso investir na formação do professor e em um plano de carreira pautado no mérito, e não em tempo de serviço”, diz Mozart Ramos, presidente do movimento Todos Pela Educação. “Carreira de professor tem de ser objeto do desejo.”

Esse foi o caminho adotado pelos países top em rankings internacionais de educação, como a Coreia do Sul e a Finlândia. Neste último, dar aula dá tanto prestígio que 100% dos professores se formaram nas faculdades entre os 30% com as melhores notas. Nos Estados Unidos, apenas 9% do terço que tira as melhores notas opta por ser professor. No Brasil, um sinal do desprestígio da carreira é que só 3% dos melhores alunos querem ser professor. Entre os 20% com as piores notas, 16% (cinco vezes mais) ambicionam dar aula.

ESPERANÇA
A atração permite a seleção dos melhores. Na Finlândia, só 1 de cada 15 candidatos a ser professor (que já eram todos excelentes) consegue passar no concurso público. No Brasil, professores assumem turmas mesmo sem tirar nota suficiente em provas que nem sequer medem sua aptidão para ensinar. “Os concursos medem se o candidato conhece a Constituição, em vez de cobrar técnicas de sala de aula”, afirma Maria Helena Guimarães, ex-secretária de Educação do Estado de São Paulo.

O que fazer com os professores que já estão dentro das escolas e não conseguem ensinar? O que tem dado certo nos Estados Unidos e em outros países da Europa é separar os bons dos ruins, treinar os ruins e, se ainda assim seu desempenho não melhorar, demiti-los. É aí que o embate com os sindicatos começa. No filme, Guggenheim compara a taxa de demissões em várias profissões. Entre médicos, 1 em cada 57 é demitido por ineficiência. Entre advogados, a taxa é de 1 para cada 97. Entre professores, só 1 a cada 2.500.

Em uma das cenas mais contundentes, a secretária de Educação de Washington, Michelle Rhee – que há anos tenta driblar a regra da estabilidade de emprego para conseguir se livrar dos professores ruins –, propõe ao sindicato um acordo: em troca de um considerável aumento de salário, os professores abririam mão da estabilidade e concordariam em ter parte de sua remuneração atrelada ao desempenho dos estudantes. Durante dois anos, o sindicato local nem sequer se mobilizou para votar a proposta (que passou depois do fim das filmagens). Pelo menos 12 Estados americanos criaram leis que relacionam o desempenho dos alunos à avaliação de professores. O Brasil tomou a mesma direção e criou avaliações nacionais e estaduais de desempenho dos alunos – mas elas estão ligadas às escolas, não aos professores individualmente. Na Finlândia, exemplo de boa educação, os melhores alunos querem ser professor. Aqui, os piores.

Os sindicatos brasileiros, assim como os americanos, defendem acirradamente a estabilidade e a equidade salarial (que diz que todo professor deve ganhar o mesmo, independentemente de sua eficiência). “Somos a favor de acabar com qualquer política de bônus”, afirma Maria Izabel Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo. “A bonificação (oferecida pelo governo de São Paulo) arrebentou com a carreira do professor. Porque, quando ele se aposenta, não leva esse benefício com ele.”

Se há muitas semelhanças, porém, o Brasil é ainda pior que os Estados Unidos em um ponto crucial. O investimento em educação aqui é pífio. O Brasil investe por aluno um décimo do que investem os europeus – e um terço a menos do que investem nossos vizinhos Chile e Argentina.


Fonte: Época (a mesma que, vez por outra, enaltece a "modernidade" da SME)

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Esse artigo me pareceu tão familiar.


A partir daqui, o que foi dito no trailer.
I don't know what colour is on to go to but I know I want to be a teacher.
Não sei o que quero ser mas sei que quero ser uma professora.
Every kid has a dream.
Toda criança tem um sonho.
I want to be a nurse or I want to be a doctor.
Quero ser enfermeira ou médica.
How come?
Por que?
Because I want to help someone in need.
Porque quero ajudar pessoas em necessicade.
Bur our schools are failing them.
Mas nossas escolas estão falhando com elas.
You wake up every morning and you know that kids are getting a really crap education right now.
Você acorda toda manhã e voc~e sabe que crianças estão tendo uma educação de merda exatamente agora.
So you think the mostly kids are having a crapy education right now?
Então você acha que a maioria das crianças estão tento uma educação de merda bem agora?
I don’t think they are, I know they are.
Eu não ACHO que estão, SEI que estão.
Even the kids are getting stupider every year or something is wrong in the education system.
Ou as crianças estão ficando cada vez mais tapadas a cada ano ou alguma coisa está errada no sistema educacional.
Among 30 developed countries, we ranked 25th in math, 21st in science. In almost every category we fall behind... except one.
Entre 30 países desenvolvidos, alcançamos o 25º lugar em álgebra, 21ª em ciência. Em quase todas as categorias ficamos para trás... exceto uma.
Kids in USA rank in number one in confidence.
Crianças nos USA ficaram em primeiro lugar em confiança.
Think about 60.000 people that are on school right now. 40.000 don’t graduate.
Pense que cerca de 60.000 pessoas que estão na escola agora. Dois terços não vão se formar.
This is the damage the school faillure has done in this neighborhood.
Esse é o dano que a falta de escola faz na vizinhança.
This generation will be less literate than the one before it.
Essa geração lerá menos do que a anterior.
A child that doesn’t finish high school will earn less and is 8x more likely to go to prison.
Uma criança que não termina o ensino médio ganhará salário menor e tem 8x mais chance de ir pra cadeia.
I want to go to a school.
Eu quero ir pra escola.
For these kids, their only chance to go to a great school depends on what number is picked on a lottery.
Para essas crianças, sua única chance de ir para uma boa escola depende do número escolhido no sorteio.
So if Francisco doesn’t get in, there is another chance?
Então se Francisco não entrar, tem outra chance?
No...!
Não...!
Our children and our future generation are on the bridge of the Titanic and everybody is going to drown.
Nossas crianças e nossa geração futura estão na ponta de um Titanic e tá todo mundo afundando.
Someone is taking an interest on you, someone loves you?
Alguém se interessa por você, alguém te ama?
And they recognize the importance of education.
E eles sabem o valor do estudo.
Comes a film about a system that’s broken.
Vem aí um filme sobre um sistema que está falido.
The people trying to fix it.
E sobre as pessoas que o tentam consertar.
Yes we can do this.
Sim nós podemos fazer.
When you see a gret teacher you are seeing the work of all.
Quando você vê um grande professor você vê o trabalho de todos.
Whose lives hang in the balance.
Cujas vidas estão pinduradas na balança.

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